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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O que o uso da ritalina em crianças tem a ver com o filme: A pequena loja de suicídios?


Olá, 
como prometido, tentarei toda a semana escrever alguma reflexão no blog. Minha tentativa de hoje é a de refletir sobre a imagem da criança no filme a pequena loja de suicídios e a manipulação da substância ritalina em crianças.
Breve resumo do filme: a pequena loja de suicídios é um filme baseado na obra do escritor Jean Leulé e produzido pelo diretor Patrice Laconte em 2012. A animação basicamente se passa em uma Paris cinza e mórbida afetada por problemas econômicos que inflingiram na desesperança de seus habitantes.
O resumo do filme está bem sucinto. Ele foi feito de propósito porque vocês tem acesso a milhares de resumos em milhares de blogs existentes na nossa querida web. Além disso, deixarei o link do filme completo para que assistam.
Nesse ambiente, há uma família que resolve se beneficiar financeiramente da tristeza dos outros. A família Tuvache administra a pequena loja de suicídios, na qual o lema é:

“Só se morre uma vez. Então, que seja um momento inesquecível.”

            A família é composta pelo senhor Mishima, senhora Lucréce, Marilyn e Vincent, filhos do casal. Todos eles são obcecados pela morte e fazem dela mercadoria.  Tudo vai bem para eles e mal para os habitantes de Paris, até o nascimento de Alan. Este é o clímax do filme e por isso me fez pensar neste post. Alan é um menino alegre, ele sorri e desde seu nascimento, contagia todas as pessoas ao redor, ao ponto de um cliente desistir do suicídio ao vê-lo.
            Eu me interessei por Alan porque ele demonstra bem a maneira como a criança tende a inverter ou questionar o que está instituído. Alan não consegue entender porque as pessoas não são alegres, não aceita aquela morbidez e mal humor que os adultos já naturalizaram, em outras palavras, Alan não se submete as normas sociais!
            E porque isso me fez associar com a ritalina?
Penso que as crianças tendem a causar desconfortos ao questionarem realidades já concebidas pelos adultos. Fazendo uma pequena pesquisa sobre a ritalina, descobri que ela é utilizada para a hiperatividade ou para trazer o paciente para a normalidade. A ritalina também é conhecida como droga da obediência. Em outras palavras para usar uma expressão de minha querida mãe, a ritalina é uma espécie de “sossega leão!”.
Com o uso, a criança relaxa e se torna um zombie, como aqueles que frequentam a pequena loja do filme. A droga é receitada para crianças questionadoras e seu uso frequente pode levar a dependência, a partir daí, o não uso da droga leva a abstinência e sintomas que vão desde a surtos psicóticos, alucinações e outras enfermidades que podem culminar no suicídio!
Certamente não se pode deixar de lado o problema cultural presente na manipulação deste remédio, pois vivemos em uma sociedade em que os pais estão ocupados com inúmeros afazeres e metas para cumprir, não tendo energia para trocar ou dedicar aos filhos quando chegam em casa. Nesse contexto, a criança arteira, enérgica ou questionadora, pode se tornar um problema!
Fiquemos atentos!
Vamos debater!  

Link para o filme: 




Um comentário:

  1. Quando eu assisti ao filme esse ano adorei a forma como a tristeza e a morbidez foi representada de modo sarcástico. Mas a sua reflexão me fez lembrar das mães que sofrem de depressão pós parto, que ao invés de realizar-se nesta mudança de status, não enxergam a tal felicidade na futura criança. Enfim, bom pra fazer pensar! Até semana que vem ;*

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